Museu Afro Brasil abre no Dia da Abolição da Escravatura a exposição “Tempos de Escravidão, Tempos de Abolição: Iconografias e Textos”
Dia 13, quinta-feira, a programação especial inclui lançamentos dos livros "De Valentim a Valentim - a Escultura Brasileira - Séculos XVIII e XX" e "As Artes de Carybé - Las Artes de Carybé" e show com os baianos Virginia Rodrigues e Tiganá Santana
Abertura da exposição: Dia 13 de maio de 2010, às 19 horas
Classificação: Livre
Endereço: Av. Pedro Alvares Cabral, s/n. - Parque Ibirapuera - Portão 10
Funcionamento: terça a domingo, das 9 às 17 horas (permanência até 18h)
Estacionamento: Portão 3 - Zona Azul
Informações: (11) 5579-0593
Agendamento de grupos e visitas monitoradas: (11) 5579-0593 ou agendamento@ museuafrobrasil. com.br
A exposição, Tempos de Escravidão, Tempos de Abolição: Iconografias e Textos apresentará dois diferentes tempos, mostrando documentos históricos, fotografias de época, aquarelas, pinturas, publicações e esculturas de ícones negros abolicionistas. A curadoria é do artista plástico, Emanoel Araujo, Diretor Curador do Museu Afro Brasil. A data escolhida para a abertura da mostra é 13 de maio, dia de reflexão pelos 122 anos da Abolição da Escravatura. De 13 a 15 de maio uma programação especial será oferecida aos visitantes (vide quadro abaixo).
A exposição - Primeiro, um tempo não definido, da chegada dos escravos no Brasil e em outros países das Américas. Para mostrar as atrocidades desta instituição infame, através de narrativas sobre navios negreiros, que cortaram o Atlântico com a grande carga humana de mais de 6 milhões de africanos; sem contar aqueles que tiveram o mar como sepultura. São narrativas escritas, desenhadas e pintadas por viajantes, poetas e escritores, que traduziram o sofrimento em célebres poesias como “O Navio Negreiro” de Castro Alves, que também inspirou Cassiano Ricardo e o poeta americano Langston Hughes e, também “A Escravidão” de Joaquim Nabuco. Destaque para o Movimento Abolicionista de 1882 no Estado do Ceará, onde ocorreu a abolição seis anos antes de ser adotada em todo o Brasil. São Tempos da Escravidão. Depois, os Tempos da Abolição destacando grandes personagens da vida pública brasileira, envolvidos com o término da mais terrível exploração humana nas terras das Américas. O poeta Luiz Gama; o escritor, romancista e jornalista José do Patrocínio; o engenheiro André Rebouças; Antonio Bento, do Grupo Abolicionista “Os Caifazes” ; o poeta Castro Alves; o médico baiano, Luiz Anselmo da Fonseca, autor do livro “A Escravidão, o Clero e o Abolicionismo” (1887). Destaque para as mulheres nordestinas da Sociedade Abolicionista Feminina: Olegária Carneiro da Cunha, Maria Augusta Generoso Estrela e Carolina Ferraz.
De 13 a 15 de maio tem exposição inédita, lançamentos de livros, música e debate
Dia 13 de maio de 2010 (quinta-feira) :
19h00 - Abertura da Exposição “Tempos de Escravidão, Tempos de Abolição – Iconografias e Textos”.
- Lançamentos de Publicações:
Livro “De Valentim a Valentim, a escultura brasileira – Século XVIII ao XX” - (Co-edição Museu Afro Brasil e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo) –
As páginas retratam a megaexposição realizada no Museu Afro Brasil, em março de 2009, que recontou a história da escultura brasileira paralelamente a de escultores europeus, muitos dos quais se fixaram no Brasil, como os italianos, em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. O contexto da Academia Imperial de Belas Artes, a Escola Nacional de Belas Artes, as escolas voltadas para o ensino das artes e ofícios, os ateliers de artistas, a escultura destinada a embelezar praças e jardins, assim como os monumentos das efemérides e a grande produção de monumentos tumulares. O livro apresenta em 448 páginas, mais de 350 obras; Mestre Valentim, Chaves Pinheiro, Rodolfo Bernardelli, Nicolina Vaz de Assis, Celso Antonio, Ernesto de Fiori, Victor Brecheret, Galileo Emendabili, Francisco Brennand, Frans Krajcberg e Rubem Valentim são alguns deles. São imagens de produções pertencentes aos acervos do Museu Nacional de Belas Artes, do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, do Museu Mariano Procópio de Minas Gerais e de colecionadores particulares de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. ''Em um extremo, temos Mestre Valentim, escultor e entalhador do rococó, responsável por obras em muitas das igrejas do Rio de Janeiro, como as da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Paula, e de outros templos religiosos que já não existem mais. Mestre Valentim foi também pioneiro na criação da escultura profana e arquiteto na construção do passeio público e de chafarizes no tempo do vice-rei Luiz de Vasconcelos. No outro extremo, o escultor baiano Rubem Valentim com seu trabalho geométrico inspirado nos símbolos da religião afro-brasileira'', explica Emanoel Araujo. ''Dois extremos formados por dois mestiços pioneiros que criaram obras inéditas, cada qual à sua época'', complementa. Tendo estes dois marcos como limites, o livro contempla o grande caminho da história da escultura brasileira.
Livro “As Artes de Carybé – Las Artes de Carybé” - (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Museu Afro Brasil e Instituto Carybé) – 296 páginas.
O livro se rende as maravilhosas obras do argentino, radicado no Brasil, Hector Julio Paride Bernabó, o inquieto e irreverente criador, Carybé. São fotos de pinturas, desenhos, esculturas, ilustrações e esboços que marcaram a arte brasileira do século XX e a trajetória deste artista que viveu parte de sua vida na cidade de São Salvador, Bahia. A arquitetura, o negro, as yalorixás, os orixás. A ele são creditadas as principais representações simbólicas e míticas do universo africano da Bahia, resultado de sua vivência e dedicação à terra que adotou. Dos expressivos murais construídos na técnica de concreto, com formas perdidas de isopor e madeira, como na fachada da Assembléia Legislativa de Salvador; no Mural da Sala de Atos do Memorial da América Latina, em São Paulo; e nas pinturas do “Navio Negreiro”, no hall do edifício Castro Alves; além do grande Mural dos Orixás, hoje exposto no Museu Afro-Brasileiro da Bahia. O livro registra a arte dos “muitos Carybés”, como afirma o Diretor-Curador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araujo, Organizador da obra. “Carybé não era chegado a qualquer coisa estanque. Ele foi um incorrigível defensor da figuração, um inquieto colunista; sua obra se alterna entre a pintura, o desenho e a escultura; de um quadro de cavalete a um mural de proporção monumental”, descreve Emanoel.
Revista “AFRO B” - Lançamento da Revista do Museu Afro Brasil – Pontão de Cultura
20h00 - Show de Tiganá Santana e Virgínia Rodrigues
Os baianos dividem o palco num show que reverencia os ritmos brasileiros e africanos. O cantor Tiganá é um dos raros brasileiros que compõem em dialetos quicongo, quibondo e iorubá. Ele explora o universo ancestral banto e dialoga com clássicos da MPB. Sua conterrânea, Virginia Rodrigues, tem nele um de seus compositores favoritos. Relevada em 1997 por Caetano Veloso, durante um ensaio do Bando de Teatro Olodum, a mezzo-soprano e ex-manicure iniciou carreira cantando em coros de igrejas. No repertório ela inclui canções de Djavan, Gilberto Gil, Caetano Veloso e de blocos afros de Salvador, como Ilê Ayê e Alaketu.
Dia 15 de maio de 2010 (sábado):
Das 11h00 as 14h00 - Comemoração dos cinco anos da Biblioteca “Carolina Maria de Jesus” do Museu Afro Brasil - No mês em que a Biblioteca “Carolina Maria de Jesus” comemora os cinco anos de sua criação e instalação no Museu Afro Brasil, nada mais justo que a comemoração gire em torno do nome de Carolina Maria de Jesus, a catadora de papel, que viveu na favela do Canindé, na cidade de São Paulo, e que se transformou em escritora, a partir da publicação, em 1960, do livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”. Para marcar a data acontece o “Viva, Carolina Viva!”, um debate que discutirá a participação da mulher negra no mercado literário brasileiro.
11h00 as 11h15 – Abertura – Romilda Silva, bibliotecária do Museu Afro Brasil;
11h15 as 11h30 – Introdução com a Mediadora – Profª Drª. Lígia Ferreira;
11h30 as 12h00 – Painel – Produção literária de escritoras afrodescendentes – Oswaldo de Camargo, escritor, pesquisador, jornalista e músico;
12h00 as 12h30 – Depoimentos – Vera Eunice, filha da escritora homenageada e de Audálio Dantas, jornalista;
12h30 as 13h00 – Painel – Produção de Carolina Maria de Jesus – Jackeline Romio
13h00 as 13h30 – Participação do público e considerações da mediadora; sorteio de livros “O diário de Bitita” de Carolina Maria de Jesus
13h30 as 14h00 – Café de encerramento e visita ao Núcleo de História e Memória do Museu Afro Brasil
Sobre o Museu Afro Brasil
O Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura, vinculado à Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, é um espaço de preservação e celebração da cultura, memória e da história do Brasil na perspectiva negro africana, assim como na difusão das artes clássicas e contemporâneas, populares e eruditas, nacionais e internacionais.
Localizado no Parque Ibirapuera, São Paulo, foi inaugurado em 23 de outubro de 2004 e possui um acervo de mais de cinco mil obras. Parte das obras, cerca de duas mil, foram doadas pelo artista plástico e curador Emanoel Araujo, idealizador e atual Diretor-Curador do Museu. A biblioteca, cujo nome homenageia a escritora "Carolina Maria de Jesus", possui cerca de 6.800 publicações com especial destaque para a coleção de obras raras sobre o tema do Tráfico Atlântico e Abolição da Escravatura no Brasil, América Latina, Caribe e Estados Unidos. A presença negra africana nas artes, na vida cotidiana, na religiosidade e nas instituições sociais são temas presentes.
O Museu Afro Brasil mantém um sistema de visitação gratuita para todas as exposições e atividades que oferece; um Núcleo de Educação com profissionais que recebem grupos pré-agendados de instituições diversas, além de escolas públicas e particulares. Através do Núcleo de Educação também mantém o Programa "Singular Plural: Educação Inclusiva e Acessibilidade", atendendo exclusivamente pessoas com necessidades especiais e deficiências, promovendo a interação deste público com as atividades oferecidas.