Este blog tem como objetivo contribuir, informar, trocar experiências de temas relacionados à comunidade negra, e principalmente na desconstrução do Racismo que a mais de 500 anos impede nossa sociedade de sair do Estado Brasil Colonia. AXÉ
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Jornalista de Campinas faz campanha para Libéria
Depois de viagem ao país, Vinicius Zanotti fez um documentário e arrecada fundos para escola
A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, assim
como a militante Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e
ativista iemenita Tawakkul Karman, foram laureadas com o Prêmio
Nobel da Paz de 2011. O anúncio, feito pelo comitê que outorga o prêmio
desde 1901, veio para recompensá-las pela luta não violenta pela
segurança das mulheres e pelos seus direitos a participar dos processos
de paz.
Um orgulho, não só para elas, mas para todos que buscam, de alguma forma, mudar as condições, muitas vezes impostas, de países que vivem em extrema miséria. Uma dessas pessoas é o jornalista campineiro Vinícius Zanotti, de 26 anos. O jovem lançou, no mês passado, uma campanha para angariar fundos para construir uma escola de alvenaria justamente no país de Ellen.
A Libéria, localizada a Oeste da África, realmente é um lugar que precisa de ajuda há tempos. Devastado por uma guerra civil que durou 15 anos e encerrou-se em 2003, o país não possui rede pública de energia elétrica, saneamento básico, ruas asfaltadas, transporte público e tantos outros benefícios tão necessários.
Uma realidade vista, vivida e registrada por Zanotti no documentário Escola de Bambu, selecionado para a Edição do Curta Neblina — Festival Latino-Americano de Cinema, que vai até hoje, em São Paulo.
Durante uma viagem pelos continentes europeu e africano em 2010, o jornalista teve a ideia de passar 15 dias na Libéria. A ideia, até então, era apenas conhecer o país. O problema foi que, exatamente no 15° dia, Zanotti contraiu malária.
“Tive que ficar mais um tempo para me tratar e acabei ficando dois meses. De certa forma isso foi bom, porque tive a oportunidade de conhecer Sabato Neufville, o principal organizador do United Youth Movement Against Violence, movimento cuja finalidade é educar adolescentes liberianos e evitar que virem estatística nos elevados índices de violência infantil que ainda atormentam o país.”
Sabato tem salário de US$ 800 mensais para trabalhar na missão que a Organização das Nações Unidas (ONU) mantém na Libéria. Zanotti explica que, com esse dinheiro, além de alimentar e educar nove crianças adotadas, órfãs de guerra, ele financia atividades de teatro, dança e música.
Além disso, Sabato construiu uma escola para que 250 crianças da periferia de Monróvia, a capital, pudessem ser educadas na comunidade de Fendell.
O salário que Sabato consegue repassar aos professores é de apenas US$ 10, quando o mínimo na Libéria é de US$ 60 mensais. Mesmo assim, Zanotti disse que os professores não pensam em procurar outro trabalho.
“Eles sabem que, se abandonarem a comunidade de Fendell, dificilmente aquelas crianças terão outra oportunidade para estudar.” Além disso, para os professores, a falta de estudo pode transformar os jovens em presas fáceis de serem levadas ao campo de batalha em um eventual novo conflito.
Gravações
“A unidade foi construída com bambus enfileirados. Fiquei encantado com o trabalho e por isso decidi fazer o documentário Escola de Bambu. Foram 15 dias gravando. Depois que voltei para o Brasil, fiz diversas parcerias para finalizar o trabalho e dar início a esta campanha. Queremos construir uma escola de alvenaria em substituição à de bambu. O amigo e arquiteto André Dalbó fez o projeto da nova escola, com banheiros, energia solar e saneamento básico, e agora estamos em fase de captação de recursos”, contou o jornalista.
Um dos momentos mais marcantes da viagem do jornalista, e que despertou a vontade de querer ajudar a comunidade, foi quando um garoto de 22 anos perguntou para ele quantas horas por dia o Brasil tinha energia elétrica.
“Isso mostra o nível da falta de conhecimento daquelas pessoas. As crianças nunca viram uma televisão na vida, não conhecem o resto do planeta. Tem muita coisa errada neste mundo sem compaixão, mas não é por isso que deixaremos de lutar para torná-lo um pouco menos desumano.”
Mais informações podem ser obtidas pelo: www.escoladebambu.com
União
Vinícius Zanotti reuniu mais de 20 profissionais brasileiros, todos atuando como voluntários, para tentar levar um pouco de esperança e desenvolvimento à comunidade de Fendell.
“Eles são um povo acolhedor, sorridente e pacífico. O que estamos fazendo é o mínimo que a vida e que aquelas crianças podem esperar de nós.” O jornalista busca parcerias com empresas ou instituições que se disponham a patrocinar o projeto, cujo o valor total é de R$ 337.119,55. Para ajudar a cobrir o orçamento, o grupo está vendendo DVDs, camisetas e canetas alusivos ao documentário Escola de Bambu.
“Seja comprando um dos produtos ou indicando pessoas que possam ter interesse em nos ajudar nesta empreitada, todos podem ajudar”, lembrou.
O projeto arquitetônico desenvolvido para a escola parte da ideia de utilizar o bambu como elemento estrutural, mantendo-se a identidade da iniciativa e, principalmente, porque esse material é utilizado também no cotidiano dos liberianos como elemento de construção.
Os pilares e vigas de bambu, que sustentarão a cobertura, foram planejados de maneira independente do restante da vedação, devendo ser pré-montados no Brasil e, posteriormente, enviados e montados na Libéria.
Com a cobertura pronta, o restante da obra — piso e vedações — terá início. “O desenho considera a ausência de distribuição de energia elétrica, água e saneamento básico no local, propondo como alternativa o uso de energia solar, a captação de água da chuva e a adoção de fossa biodigestora ou industrializada”, explicou Zanotti.
Outro obstáculo ao qual o projeto se antecipa é a dificuldade para compra de alguns materiais de construção no país, e por isso prevê o envio de parte deles do Brasil. A reposição de materiais escolares ficará por conta de uma parceria já com a gráfica Silvamarts, que fará doações anuais de pelo menos mil cadernos, mil canetas, mil uniformes e mil livros didáticos.
Fonte
Um orgulho, não só para elas, mas para todos que buscam, de alguma forma, mudar as condições, muitas vezes impostas, de países que vivem em extrema miséria. Uma dessas pessoas é o jornalista campineiro Vinícius Zanotti, de 26 anos. O jovem lançou, no mês passado, uma campanha para angariar fundos para construir uma escola de alvenaria justamente no país de Ellen.
A Libéria, localizada a Oeste da África, realmente é um lugar que precisa de ajuda há tempos. Devastado por uma guerra civil que durou 15 anos e encerrou-se em 2003, o país não possui rede pública de energia elétrica, saneamento básico, ruas asfaltadas, transporte público e tantos outros benefícios tão necessários.
Uma realidade vista, vivida e registrada por Zanotti no documentário Escola de Bambu, selecionado para a Edição do Curta Neblina — Festival Latino-Americano de Cinema, que vai até hoje, em São Paulo.
Durante uma viagem pelos continentes europeu e africano em 2010, o jornalista teve a ideia de passar 15 dias na Libéria. A ideia, até então, era apenas conhecer o país. O problema foi que, exatamente no 15° dia, Zanotti contraiu malária.
“Tive que ficar mais um tempo para me tratar e acabei ficando dois meses. De certa forma isso foi bom, porque tive a oportunidade de conhecer Sabato Neufville, o principal organizador do United Youth Movement Against Violence, movimento cuja finalidade é educar adolescentes liberianos e evitar que virem estatística nos elevados índices de violência infantil que ainda atormentam o país.”
Sabato tem salário de US$ 800 mensais para trabalhar na missão que a Organização das Nações Unidas (ONU) mantém na Libéria. Zanotti explica que, com esse dinheiro, além de alimentar e educar nove crianças adotadas, órfãs de guerra, ele financia atividades de teatro, dança e música.
Além disso, Sabato construiu uma escola para que 250 crianças da periferia de Monróvia, a capital, pudessem ser educadas na comunidade de Fendell.
O salário que Sabato consegue repassar aos professores é de apenas US$ 10, quando o mínimo na Libéria é de US$ 60 mensais. Mesmo assim, Zanotti disse que os professores não pensam em procurar outro trabalho.
“Eles sabem que, se abandonarem a comunidade de Fendell, dificilmente aquelas crianças terão outra oportunidade para estudar.” Além disso, para os professores, a falta de estudo pode transformar os jovens em presas fáceis de serem levadas ao campo de batalha em um eventual novo conflito.
Gravações
“A unidade foi construída com bambus enfileirados. Fiquei encantado com o trabalho e por isso decidi fazer o documentário Escola de Bambu. Foram 15 dias gravando. Depois que voltei para o Brasil, fiz diversas parcerias para finalizar o trabalho e dar início a esta campanha. Queremos construir uma escola de alvenaria em substituição à de bambu. O amigo e arquiteto André Dalbó fez o projeto da nova escola, com banheiros, energia solar e saneamento básico, e agora estamos em fase de captação de recursos”, contou o jornalista.
Um dos momentos mais marcantes da viagem do jornalista, e que despertou a vontade de querer ajudar a comunidade, foi quando um garoto de 22 anos perguntou para ele quantas horas por dia o Brasil tinha energia elétrica.
“Isso mostra o nível da falta de conhecimento daquelas pessoas. As crianças nunca viram uma televisão na vida, não conhecem o resto do planeta. Tem muita coisa errada neste mundo sem compaixão, mas não é por isso que deixaremos de lutar para torná-lo um pouco menos desumano.”
Mais informações podem ser obtidas pelo: www.escoladebambu.com
União
Vinícius Zanotti reuniu mais de 20 profissionais brasileiros, todos atuando como voluntários, para tentar levar um pouco de esperança e desenvolvimento à comunidade de Fendell.
“Eles são um povo acolhedor, sorridente e pacífico. O que estamos fazendo é o mínimo que a vida e que aquelas crianças podem esperar de nós.” O jornalista busca parcerias com empresas ou instituições que se disponham a patrocinar o projeto, cujo o valor total é de R$ 337.119,55. Para ajudar a cobrir o orçamento, o grupo está vendendo DVDs, camisetas e canetas alusivos ao documentário Escola de Bambu.
“Seja comprando um dos produtos ou indicando pessoas que possam ter interesse em nos ajudar nesta empreitada, todos podem ajudar”, lembrou.
O projeto arquitetônico desenvolvido para a escola parte da ideia de utilizar o bambu como elemento estrutural, mantendo-se a identidade da iniciativa e, principalmente, porque esse material é utilizado também no cotidiano dos liberianos como elemento de construção.
Os pilares e vigas de bambu, que sustentarão a cobertura, foram planejados de maneira independente do restante da vedação, devendo ser pré-montados no Brasil e, posteriormente, enviados e montados na Libéria.
Com a cobertura pronta, o restante da obra — piso e vedações — terá início. “O desenho considera a ausência de distribuição de energia elétrica, água e saneamento básico no local, propondo como alternativa o uso de energia solar, a captação de água da chuva e a adoção de fossa biodigestora ou industrializada”, explicou Zanotti.
Outro obstáculo ao qual o projeto se antecipa é a dificuldade para compra de alguns materiais de construção no país, e por isso prevê o envio de parte deles do Brasil. A reposição de materiais escolares ficará por conta de uma parceria já com a gráfica Silvamarts, que fará doações anuais de pelo menos mil cadernos, mil canetas, mil uniformes e mil livros didáticos.
Fonte
Documentário aborda violência urbana a partir do caso Joel
Fazer
cinema no Brasil nunca foi fácil, mas um dos maiores motivadores para
que arte seja feita ainda é a indignação. A vontade de alterar a
percepção das pessoas sobre algo especifico. A algum tempo vivemos
cercados pelo medo e na Bahia isso tem se tornado cada vez pior. Apenas
para ilustrar, de janeiro a agosto de 2011, 1056 pessoas foram
assassinadas na capital baiana, enquanto na capital paulista, com uma
população três vezes maior, foram 674. Sabemos que a atual gestão tenta
conter a criminalidade, porém os passos dos criminosos sempre são
maiores. O grande problema é imaginar que parte dessas mortes vem
justamente do lado de quem deveria garantir o estado de direito, a paz
social. ” A paz social é utópica!”, disse um conhecido meu, e baseado no
livro de Eduardo Galeano “As veias abertas da América Latina” respondi:
“A utopia é como a linha do horizonte: quando damos dez passos, ela se
distancia dez passos”. Então para que serve a utopia? Para caminhar.
Um
pouco incomodado com essa situação, onde polícia e crime se misturam,
eu (Ecletique – roteiro, produção, edição e finalização) juntamente com a
Max Filmes (roteiro e direção) resolvemos investigar um pouco da
violência urbana com uma lente de aumento no caso Joel. Para quem não
lembra, Joel era um pequeno capoeirista de 10 anos de idade que foi
assassinado a menos de um ano por policiais militares no Nordeste de
Amaralina, aqui em Salvador. O caso comoveu a cidade e gerou uma grande
repercussão nacional principalmente pelo fato do Joel ter sido garoto
propaganda do Governo do Estado da Bahia semanas antes da sua morte.
Nove policiais irão a julgamento (em júri popular) no próximo dia 13/10
(quinta) e esperamos que possam ser condenados tanto pela omissão de
socorro quando pelo homicídio doloso.
A obra é um documentário que fala de sonhos interrompidos, mas que acima de tudo fala da realidade da vida. Ao longo de algum tempo estamos ouvindo governantes, secretários, policiais, doutores, vizinhos, jornalistas, lideres comunitários, a família do Joel, entre outros. Cansados, felizes e perto da conclusão desse trabalho. Não programamos ainda a estréia pois ainda estamos em produção, mas assim que tivermos as datas manterei vocês informados e devidamente convidados. Estou enviando em primeira mão um cartaz do filme (anexo), bem como o trailer. A versão final terá legendas em inglês, espanhol e italiano.
Espero,
que assim como nós, vocês indignem-se, compartilhem essa informação
(por favor!!!) e consigam ver uma perspectiva de melhora. Como disse o
bispo sul-africano Desmond Tutu “Se você for neutro em uma situação de
injustiça, significa que você já escolheu o lado do opressor”. Espero
estar dando um passo largo para indignar pessoas e fazer com que elas
caminhem em direção a algo que apesar de dificil de alcançar, permite
que o “utópico” caminhar seja sempre uma recompensa.
http://www.youtube.com/watch?v=ZSEp6-e3Cb0Caminhem sempre.
Abraços,
Rodrigo Cavalcanti
Fazer Valer a Lei 11.645/08 http://revistaafricas.com.br/archives/30752
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Os escravocratas contra Lula
27/9/2011 19:17,
Por Blog do Miro
Por Martín Granovsky, do jornal argentino Página 12, no blog
Viomundo:Podem pronunciar “sians po”. É, mais ou menos, a fonética de
ciências políticas. Basta dizer Sciences Po para aludir ao encaixe
perfeito de duas estruturas, a Fundação Nacional de Ciências Políticas
da França e o Instituto de Estudos Políticos de Paris.Não é difícil
pronunciar Sians Po. O difícil é entender, a esta altura do século 21,
como as ideias escravocratas continuam permeando a gente das elites
sul-americanas.Hoje à tarde, Ruchard Descoings, diretor do Sciences Po,
entregará pela primeira vez o doutorado Honoris Causa a um
latino-americano: o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio “Lula” da
Silva. Falará Descoings e falará Lula, claro.Para bem explicar sua
iniciativa, o diretor convocou uma reunião em seu escritório da rua
Saint Guillaume, muito perto da igreja de Saint Germain des Pres, em um
prédio de onde se pode ver as árvores com suas folhas amareladas.
Enfiar-se na cozinha é sempre interessante. Se alguém passa por Paris
para participar de duas atividades acadêmicas, uma sobre a situação
política argentina e outra sobre as relações entre Argentina e Brasil,
não fica mal entrar na cozinha do Sciences Po.Pareceu o mesmo à
historiadora Diana Quattrocchi Woisson, que dirige em Paris o
Observatório sobre a Argentina Contemporânea, é diretora do Instituto
das Américas e teve a ideia de organizar as duas atividades acadêmicas
sobre Argentina e Brasil, das quais também participou o economista e
historiador Mario Rapoport, um dos fundadores do Plano Fenix faz 10
anos.Naturalmente, para escutar Descoings foram chamados vários colegas
brasileiros. O professor Descoings quis ser amável e didático. O
Sciences Po tem uma cátedra sobre o Mercosul, os estudantes brasileiros
vem cada vez mais à França, Lula não saiu da elite tradicional do
Brasil, mas chegou ao nível máximo de responsabilidade e aplicou planos
de alta eficiência social.Um dos colegas perguntou se era o caso de se
premiar a quem se orgulhava de nunca ter lido um livro. O professor
manteve sua calma e deu um olhar de assombrado. Quiçá sabia que esta
declaração de Lula não consta em atas, embora seja certo que Lula não
tem um título universitário. Também é certo que quando assumiu a
presidência, em primeiro de janeiro de 2003, levantou o diploma que é
dado aos presidentes do Brasil e disse: “Uma pena que minha mãe morreu.
Ela sempre quis que eu tivesse um diploma e nunca imaginou que o
primeiro seria de presidente da República”. E chorou.“Por que premiam a
um presidente que tolerou a corrupção?”, foi a pergunta seguinte.O
professor sorriu e disse: “Veja, Sciences Po não é a Igreja Católica.
Não entra em análises morais, nem tira conclusões apressadas. Deixa para
o julgamento da História este assunto e outros muito importantes, como a
eletrificação das favelas em todo o Brasil e as políticas sociais”. E
acrescentou, citando o Le Monde: “Que país pode medir moralmente a
outro, nos dias de hoje? Se não queremos falar sobre estes dias,
recordemos como um alto funcionário de outro país renunciou por ter
plagiado a tese de doutorado de um estudante”. Falava de Karl-Theodor zu
Guttenberg, ministro da Defesa da Alemanha até que se soube do
plágio.Disse também: “Não desculpamos, nem julgamos. Simplesmente não
damos lições de moral a outros países”.Outro colega perguntou se era bom
premiar a alguém que uma vez chamou de “irmão” a Muamar Khadafi.Com as
devidas desculpas, que foram expressas ao professor e aos colegas, a
impaciência argentina me levou a perguntar onde Khadafi tinha comprado
suas armas e qual país refinava seu petróleo, além de comprá-lo. O
professor deve ter agradecido que a pergunta não citava, com nome e
sobrenome, a França e a Itália.Descoings aproveitou para destacar em
Lula “o homem de ação que modificou o curso das coisas” e disse que a
concepção da Sciences Po não é de um ser humano dividido entre “uns ou
outros”, mas como “uns e outros”. Enfatizou muito o et, e em
francês.Diana Quattrocchi, como latino-americana que estudou e fez
doutorado em Paris depois de sair de uma prisão da ditadura argentina
graças à pressão da Anistia Internacional, disse que estava orgulhosa de
que a Sciences Po dava um título Honoris Causa a um presidente da
região e perguntou sobre os motivos geopolíticos.“Todo o mundo se
pergunta”, disse Descoings. “E temos de escutar a todos. O mundo nem
sequer sabe se a Europa existirá no ano que vem”.No Sciences Po,
Descoings introduziu estímulos para que possam ingressar estudantes que,
se supõe, tem desvantagem para conseguir aprovação no exame. O que se
chama de discriminação positiva ou ação afirmativa e se parece, por
exemplo, com a obrigação argentina de que um terço das candidaturas
legislativas deve ser de mulheres.Outro colega brasileiro perguntou, com
ironia, se o Honoris Causa de Lula era parte da política de ação
afirmativa do Sciences Po.Descoings o observou com atenção antes de
responder. “As elites não são apenas escolares ou sociais”, disse. “Os
que avaliam quem são os melhores, também. Caso contrário, estaríamos
diante de um caso de elitismo social. Lula é um torneiro mecânico que
chegou à presidência, mas pelo que entendi foi votado por milhões de
brasileiros em eleições democráticas”.Como Cristina Fernández de
Kirchner e Dilma Rousseff na Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula
vem insistindo que a reforma do Fundo Monetário Internacional e do Banco
Mundial está atrasada. Diz que estes organismos, assim como funcionam,
“não servem para nada”. O grupo BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China,
África do Sul) ofereceu ajuda à Europa. A China tem os níveis de
reservas mais altos do mundo.Em um artigo publicado no El Pais, de
Madrid, os ex-primeiros ministros Felipe González e Gordon Brown pediram
maior autonomia para o FMI. Querem que seja o auditor independente dos
países do G-20, integrado pelos mais ricos e também, da América do Sul,
pela Argentina e Brasil. Ou seja, querem o contrário do que pensam os
BRICs.Em meio a esta discussão Lula chegará à França. Convém que saiba
que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deve
pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico
não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto,
agora deveria exercer o recato. No Brasil, a Casa Grande das fazendas
estava reservada aos proprietários de terra e escravos. Assim, Lula,
silêncio por favor. Os da Casa Grande estão irritados.http://correiodobrasil.com.br/os-escravocratas-contra-lula/303779/
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Nota de Falecimento
São Paulo, 18 de
setembro de 2011
É com grande tristeza que recebemos a notícia do falecimento da atriz, artista plástica, cantora, membro do movimento negro,escritora e poeta Zenaide Zen, no último sábado, em consequência de um AVC.
Zenaide foi uma grande colaboradora e deu suor e sangue na luta pelos direitos civis das populações de matrizes africanas e na inserção do artista negro nos meios de comunicação. Uma perda gigantesca para o Brasil e para as próxima gerações que não conheceram a articulação dessa grande ativista.
Saravá e Axé Zenaide Zen.
É com grande tristeza que recebemos a notícia do falecimento da atriz, artista plástica, cantora, membro do movimento negro,escritora e poeta Zenaide Zen, no último sábado, em consequência de um AVC.
Zenaide foi uma grande colaboradora e deu suor e sangue na luta pelos direitos civis das populações de matrizes africanas e na inserção do artista negro nos meios de comunicação. Uma perda gigantesca para o Brasil e para as próxima gerações que não conheceram a articulação dessa grande ativista.
Saravá e Axé Zenaide Zen.
Zenaide Zen – entrevista a Filó –
CULTNE (Youtube)
http://www.youtube.com/watch?v=kGtLOPKxy1o&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=kGtLOPKxy1o&feature=related
“Ver a atuação de uma artista tão completa como ZENAIDE nos dá orgulho e prazer de sermos humanos. Ela sensibiliza a todos mostrando, com sua Arte, que a tolerância e a convivência entre as raças representam o único caminho para o mundo se tornar mais humano e pacífico. Ao mesmo tempo, ZENAIDE expressa toda a força da cultura negra, encarnando, com muita criatividade e convicção, uma das maiores homenagens àquele que deu sua vida em prol da liberdade, da democracia e da tolerância racial: ZUMBI DOS PALMARES.” Benedita da Silva, Governadora do Rio de Janeiro (2002), Ministra da Assistência e Promoção Social (2003)
“ZENAIDE sempre me chamou a atenção por sua bela figura e sua inconfundível atuação. Aliando uma técnica invejável a um aprofundamento cada vez maior nas suas pesquisas, está, hoje, sem a menor dúvida, entre os melhores performers da cena brasileira.” Sérgio Mamberti, ator, diretor, Presidente da FUNARTE (Fundação Nacional das Artes), Diretor da Secretaria de Políticas Culturais, do Ministério da Cultura
domingo, 4 de setembro de 2011
Mulheres Negras lançam Programa TV WEB
A Estimativa investe em mais uma iniciativa, o Programa Reconhecer que inclui temas que abordam sobre as especificidades da população afrobrasileira no contexto social.
Entendendo que a atual imprensa não atende as necessidades da população negra, principalmente da mulher negra, um grupo de jovens se une para colocar em prática o
sonho de muitas pessoas, que durante anos, lutam para uma mídia mais pluralista e inclusiva no Brasil.
Assista o Programa REconhecer – Saúde e Hipertensão
Apresentação Neide Diniz e Vanda Ferreira
Entrevista com Dra. Jurema Werneck
Clique no Titulo para assistir o programa
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Homens brancos são maioria dos transplantados. Negros e mulheres têm menos acesso a cirurgias, segundo Ipea
Agência Brasil - EBC
08/07/2011 - 14h37
Saúde
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.
De acordo com o estudo, de quatro receptores de coração, três são homens; e 56% dos transplantados tem a cor de pele branca. No transplante de fígado; 63% dos receptores são homens e 37% mulheres. De cada dez transplantes de fígado, oito são para pessoas brancas.
Segundo a análise do Ipea, homens e mulheres são igualmente atendidos nos transplantes de pâncreas; mas 93% dos atendidos são brancos. A maioria absoluta de receptores de pulmão também são homens (65%) e pessoas brancas (77%). O mesmo fenômeno ocorre com o transplante de rim: 61% dos receptores são homens; 69% das pessoas atendidas têm pele clara.
“Verificamos que o conjunto de desigualdades brasileiras acaba chegando no último estágio de medicina”, aponta o economista Alexandre Marinho, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, um dos autores da pesquisa. Ele e outras duas pesquisadoras analisaram dados de 1995 a 2004, fornecidos pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
O economista não estudou as causas do fenômeno, mas disse à Agência Brasil que a preparação para o transplante pode explicar as razões da desigualdade. Para fazer a cirurgia de transplante, o receptor deve estar apto: eventualmente mudar a alimentação, tomar medicamentos e fazer exames clínicos – procedimentos de atenção básica.
Segundo Marinho, quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) - cerca de três quatros da população brasileira - sai em desvantagem, porque tem dificuldade para receber remédios, fazer consultas e exames clínicos. “A situação onera quem tem menos condições de buscar alternativas.”
“O sistema é desigual na ponta [cirurgia de alta complexidade] porque é desigual na entrada”, assinala o economista, ao dizer que quando o SUS tem excelência no atendimento o acesso não é para todos: “Na hora que funciona, quem se apropria são as pessoas mais bem posicionadas socialmente”.
Conforme Marinho, os planos de saúde são resistentes a autorizar procedimentos de alta complexidade, como as cirurgias de transplantes, por causa dos custos. “Os hospitais privados preferem atender por meio do SUS porque sabe que paga”.
O estudo sobre a desigualdade de transplantes de órgãos está disponível no site do Ipea. Segundo Marinho, o documento foi postado ontem (7) e ainda não é do conhecimento do Ministério da Saúde.
De acordo com os dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), há 1.376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes em 25 estados brasileiros (548 hospitais).
Edição: João Carlos Rodrigues
Agência Brasil - EBC
08/07/2011 - 14h37
Saúde
Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que os efeitos das desigualdades sociais brasileiras se estendem às cirurgias de transplantes de órgãos como coração, fígado, rim, pâncreas e pulmão. A maioria dos transplantados são homens da cor branca.
De acordo com o estudo, de quatro receptores de coração, três são homens; e 56% dos transplantados tem a cor de pele branca. No transplante de fígado; 63% dos receptores são homens e 37% mulheres. De cada dez transplantes de fígado, oito são para pessoas brancas.
Segundo a análise do Ipea, homens e mulheres são igualmente atendidos nos transplantes de pâncreas; mas 93% dos atendidos são brancos. A maioria absoluta de receptores de pulmão também são homens (65%) e pessoas brancas (77%). O mesmo fenômeno ocorre com o transplante de rim: 61% dos receptores são homens; 69% das pessoas atendidas têm pele clara.
“Verificamos que o conjunto de desigualdades brasileiras acaba chegando no último estágio de medicina”, aponta o economista Alexandre Marinho, da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, um dos autores da pesquisa. Ele e outras duas pesquisadoras analisaram dados de 1995 a 2004, fornecidos pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
O economista não estudou as causas do fenômeno, mas disse à Agência Brasil que a preparação para o transplante pode explicar as razões da desigualdade. Para fazer a cirurgia de transplante, o receptor deve estar apto: eventualmente mudar a alimentação, tomar medicamentos e fazer exames clínicos – procedimentos de atenção básica.
Segundo Marinho, quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) - cerca de três quatros da população brasileira - sai em desvantagem, porque tem dificuldade para receber remédios, fazer consultas e exames clínicos. “A situação onera quem tem menos condições de buscar alternativas.”
“O sistema é desigual na ponta [cirurgia de alta complexidade] porque é desigual na entrada”, assinala o economista, ao dizer que quando o SUS tem excelência no atendimento o acesso não é para todos: “Na hora que funciona, quem se apropria são as pessoas mais bem posicionadas socialmente”.
Conforme Marinho, os planos de saúde são resistentes a autorizar procedimentos de alta complexidade, como as cirurgias de transplantes, por causa dos custos. “Os hospitais privados preferem atender por meio do SUS porque sabe que paga”.
O estudo sobre a desigualdade de transplantes de órgãos está disponível no site do Ipea. Segundo Marinho, o documento foi postado ontem (7) e ainda não é do conhecimento do Ministério da Saúde.
De acordo com os dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), há 1.376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes em 25 estados brasileiros (548 hospitais).
Edição: João Carlos Rodrigues
Agência Brasil - EBC
domingo, 3 de julho de 2011
Projeto Recado aos Nossos Ancestrais vira livro na Penha
No dia 17 de junho, a instituição cultural Movimento Cultural Penha lançou o livro Recados – Memórias das Relações entre a Comunidade e Patrimônio. Este livro é o resultado de anos de trabalho dedicado a contribuir na divulgação da importância histórica, de um dos patrimônios remanescentes do Brasil Colônia: a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em parcerias com escolas e grupos artísticos da nossa região. Participaram do livro os professores Edson Azevedo Barbosa e Carlos José Ferreira; e o poeta e jornalista Osvaldo de Camargo, além da gestora do projeto e historiadora Patrícia Freire Almeida e do articulador cultural Julio Cesar J. Marcelino.
A realização do livro só foi possível graças à emenda parlamentar do Deputado Estadual Simão Pedro e da Secretaria Estadual de Cultura que aprovou o projeto do livro.
A noite de lançamento teve apresentação do cantor e compositor Marcos Munrimabru, do percussionista Valter Passarinho, do grupo Brasas do Nordeste e do artista popular e bonequeiro J. E. Tico.
A escolha do lançamento no mês de junho não foi à toa, pois neste mês se comemora os 209 anos da construção da Igreja, além de se comemorar os dez anos dos Festejos que o bairro organiza, e os dez anos do MCP como instituição.
O livro será distribuído gratuitamente para instituições que desenvolvem trabalho na área da cultura, educação e temática afro. As instituições que tiverem interesse é só entrar em contato com o Movimento Cultural Penha, pelo e-mail: movimentoculturalpenha@gmail.com.
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