quarta-feira, 26 de outubro de 2011

África

Video e Audio
Esta canção foi originalmente composta como um hino religioso por Enoch Sontonga, professor da missão metodista em Johannesburg, de etnia xhosa, em 1897. Em 1927 versos foram adicionados por Samuel E. Mqhayi, de etnia sesoto. Vista como um hino da luta contra o regime de segregação racial (apartheid), chegou a ser proibido sua execução pública por "exacerbar o nacionalismo bantu", indo contra a política oficial de desunir as tribos para dominá-las. Propositadamente cantada de modo tradicional e nas três línguas mais faladas pelos sul-africanos negros, se tornou a música símbolo da luta contra o racismo africano. É hoje parte do hino nacional da África do Sul e desde 1925 é hino do Congresso Nacional Africano.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Jornalista de Campinas faz campanha para Libéria

Depois de viagem ao país, Vinicius Zanotti fez um documentário e arrecada fundos para escola 

A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, assim como a militante Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman, foram laureadas com o Prêmio Nobel da Paz de 2011. O anúncio, feito pelo comitê que outorga o prêmio desde 1901, veio para recompensá-las pela luta não violenta pela segurança das mulheres e pelos seus direitos a participar dos processos de paz.
Um orgulho, não só para elas, mas para todos que buscam, de alguma forma, mudar as condições, muitas vezes impostas, de países que vivem em extrema miséria. Uma dessas pessoas é o jornalista campineiro Vinícius Zanotti, de 26 anos. O jovem lançou, no mês passado, uma campanha para angariar fundos para construir uma escola de alvenaria justamente no país de Ellen.

A Libéria, localizada a Oeste da África, realmente é um lugar que precisa de ajuda há tempos. Devastado por uma guerra civil que durou 15 anos e encerrou-se em 2003, o país não possui rede pública de energia elétrica, saneamento básico, ruas asfaltadas, transporte público e tantos outros benefícios tão necessários.

Uma realidade vista, vivida e registrada por Zanotti no documentário Escola de Bambu, selecionado para a Edição do Curta Neblina — Festival Latino-Americano de Cinema, que vai até hoje, em São Paulo.

Durante uma viagem pelos continentes europeu e africano em 2010, o jornalista teve a ideia de passar 15 dias na Libéria. A ideia, até então, era apenas conhecer o país. O problema foi que, exatamente no 15° dia, Zanotti contraiu malária.

“Tive que ficar mais um tempo para me tratar e acabei ficando dois meses. De certa forma isso foi bom, porque tive a oportunidade de conhecer Sabato Neufville, o principal organizador do United Youth Movement Against Violence, movimento cuja finalidade é educar adolescentes liberianos e evitar que virem estatística nos elevados índices de violência infantil que ainda atormentam o país.”

Sabato tem salário de US$ 800 mensais para trabalhar na missão que a Organização das Nações Unidas (ONU) mantém na Libéria. Zanotti explica que, com esse dinheiro, além de alimentar e educar nove crianças adotadas, órfãs de guerra, ele financia atividades de teatro, dança e música.

Além disso, Sabato construiu uma escola para que 250 crianças da periferia de Monróvia, a capital, pudessem ser educadas na comunidade de Fendell.

O salário que Sabato consegue repassar aos professores é de apenas US$ 10, quando o mínimo na Libéria é de US$ 60 mensais. Mesmo assim, Zanotti disse que os professores não pensam em procurar outro trabalho.

“Eles sabem que, se abandonarem a comunidade de Fendell, dificilmente aquelas crianças terão outra oportunidade para estudar.” Além disso, para os professores, a falta de estudo pode transformar os jovens em presas fáceis de serem levadas ao campo de batalha em um eventual novo conflito.

Gravações

“A unidade foi construída com bambus enfileirados. Fiquei encantado com o trabalho e por isso decidi fazer o documentário Escola de Bambu. Foram 15 dias gravando. Depois que voltei para o Brasil, fiz diversas parcerias para finalizar o trabalho e dar início a esta campanha. Queremos construir uma escola de alvenaria em substituição à de bambu. O amigo e arquiteto André Dalbó fez o projeto da nova escola, com banheiros, energia solar e saneamento básico, e agora estamos em fase de captação de recursos”, contou o jornalista.

Um dos momentos mais marcantes da viagem do jornalista, e que despertou a vontade de querer ajudar a comunidade, foi quando um garoto de 22 anos perguntou para ele quantas horas por dia o Brasil tinha energia elétrica.

“Isso mostra o nível da falta de conhecimento daquelas pessoas. As crianças nunca viram uma televisão na vida, não conhecem o resto do planeta. Tem muita coisa errada neste mundo sem compaixão, mas não é por isso que deixaremos de lutar para torná-lo um pouco menos desumano.”
Mais informações podem ser obtidas pelo: www.escoladebambu.com

União

Vinícius Zanotti reuniu mais de 20 profissionais brasileiros, todos atuando como voluntários, para tentar levar um pouco de esperança e desenvolvimento à comunidade de Fendell.

“Eles são um povo acolhedor, sorridente e pacífico. O que estamos fazendo é o mínimo que a vida e que aquelas crianças podem esperar de nós.” O jornalista busca parcerias com empresas ou instituições que se disponham a patrocinar o projeto, cujo o valor total é de R$ 337.119,55. Para ajudar a cobrir o orçamento, o grupo está vendendo DVDs, camisetas e canetas alusivos ao documentário Escola de Bambu.

“Seja comprando um dos produtos ou indicando pessoas que possam ter interesse em nos ajudar nesta empreitada, todos podem ajudar”, lembrou.

O projeto arquitetônico desenvolvido para a escola parte da ideia de utilizar o bambu como elemento estrutural, mantendo-se a identidade da iniciativa e, principalmente, porque esse material é utilizado também no cotidiano dos liberianos como elemento de construção.

Os pilares e vigas de bambu, que sustentarão a cobertura, foram planejados de maneira independente do restante da vedação, devendo ser pré-montados no Brasil e, posteriormente, enviados e montados na Libéria.

Com a cobertura pronta, o restante da obra — piso e vedações — terá início. “O desenho considera a ausência de distribuição de energia elétrica, água e saneamento básico no local, propondo como alternativa o uso de energia solar, a captação de água da chuva e a adoção de fossa biodigestora ou industrializada”, explicou Zanotti.

Outro obstáculo ao qual o projeto se antecipa é a dificuldade para compra de alguns materiais de construção no país, e por isso prevê o envio de parte deles do Brasil. A reposição de materiais escolares ficará por conta de uma parceria já com a gráfica Silvamarts, que fará doações anuais de pelo menos mil cadernos, mil canetas, mil uniformes e mil livros didáticos.
Fonte

 

Documentário aborda violência urbana a partir do caso Joel

Fazer cinema no Brasil nunca foi fácil, mas um dos maiores motivadores para que arte seja feita ainda é a indignação. A vontade de alterar a percepção das pessoas sobre algo especifico. A algum tempo vivemos cercados pelo medo e na Bahia isso tem se tornado cada vez pior. Apenas para ilustrar, de janeiro a agosto de 2011, 1056 pessoas foram assassinadas na capital baiana, enquanto na capital paulista, com uma população três vezes maior, foram 674. Sabemos que a atual gestão tenta conter a criminalidade, porém os passos dos criminosos sempre são maiores. O grande problema é imaginar que parte dessas mortes vem justamente do lado de quem deveria garantir o estado de direito, a paz social. ” A paz social é utópica!”, disse um conhecido meu, e baseado no livro de Eduardo Galeano “As veias abertas da América Latina” respondi: “A utopia é como a linha do horizonte: quando damos dez passos, ela se distancia dez passos”. Então para que serve a utopia? Para caminhar. 
Um pouco incomodado com essa situação, onde polícia e crime se misturam, eu (Ecletique – roteiro, produção, edição e finalização) juntamente com a Max Filmes (roteiro e direção) resolvemos investigar um pouco da violência urbana com uma lente de aumento no caso Joel. Para quem não lembra, Joel era um pequeno capoeirista de 10 anos de idade que foi assassinado a menos de um ano por policiais militares no Nordeste de Amaralina, aqui em Salvador. O caso comoveu a cidade e gerou uma grande repercussão nacional principalmente pelo fato do Joel ter sido garoto propaganda do Governo do Estado da Bahia semanas antes da sua morte. Nove policiais irão a julgamento (em júri popular) no próximo dia 13/10 (quinta) e esperamos que possam ser condenados tanto pela omissão de socorro quando pelo homicídio doloso.

A obra é um documentário que fala de sonhos interrompidos, mas que acima de tudo fala da realidade da vida. Ao longo de algum tempo estamos ouvindo governantes, secretários, policiais, doutores, vizinhos, jornalistas, lideres comunitários, a família do Joel, entre outros. Cansados, felizes e perto da conclusão desse trabalho. Não programamos ainda a estréia pois ainda estamos em produção, mas assim que tivermos as datas manterei vocês informados e devidamente convidados. Estou enviando em primeira mão um cartaz do filme (anexo), bem como o trailer. A versão final terá legendas em inglês, espanhol e italiano.

Espero, que assim como nós, vocês indignem-se, compartilhem essa informação (por favor!!!) e consigam ver uma perspectiva de melhora. Como disse o bispo sul-africano Desmond Tutu “Se você for neutro em uma situação de injustiça, significa que você já escolheu o lado do opressor”.  Espero estar dando um passo largo para indignar pessoas e fazer com que elas caminhem em direção a algo que apesar de dificil de alcançar, permite que o “utópico” caminhar seja sempre uma recompensa.
http://www.youtube.com/watch?v=ZSEp6-e3Cb0

Caminhem sempre.

Abraços,
Rodrigo Cavalcanti



Fazer Valer a Lei 11.645/08 http://revistaafricas.com.br/archives/30752